Banhos

Banhos de Descarrego

Desde épocas remotas é conhecida a forma mágica das plantas e ervas medicinais. Daí os banhos serem considerados veículos de purificação do corpo e da mente, incluindo-se no processo de mediunidade dentro dos centros e terreiros de Umbanda e também de Candomblé. O banho de descarga é um descarregamento dos fluídos pesados de uma pessoa.
O banho de descarga mais usado é feito com ervas positivas, variando de acordo com os fluídos negativos acumulados que uma pessoa está carregando, e de acordo com os orixás que a pessoa traz em sua cabeça. O banho de descarga com ervas deve ser tomado após o banho rotineiro, de preferência com sabão da costa, sabão neutro ou sabão de coco. Um banho de descarga não deve ser jogado brutalmente pelo corpo e sim suavemente, com o pensamento voltado para as falanges que vibram naquelas ervas ali contidas. Por exemplo: se tomamos um banho com Espada-de-são-jorge devemos elevar o pensamento a Ogum Guerreiro.

Se tomamos um banho de rosas brancas, mentalizamos as águas de Oxalá, imaginamos Oxum e a falange do mar. E assim sucessivamente. Ao tomarmos o banho de descarrego podemos também entoar um ponto cantado, chamando os guias que vibram com aquelas ervas ali maceradas. Ao terminarmos o banho de descarga, devemos recolher as ervas e “despachá-las” em água corrente ou na praia. Muitas Entidades pedem ao final do banho, que deve ser acesa uma vela branca e rezar um Pai-Nosso e uma Ave-Maria para que Deus possa abençoar o corpo e a alma assim purificados. Mas, não são apenas os banhos de ervas os usados para descarga, há outros, que são fortes descarrego de maus fluídos. Por exemplo: os banhos de cachoeira, de mar, de água de Mina, de chuva (axé de Nanã), de rio, etc.

Hoje em dia há banhos de descarga que são comprados prontos, mas não os recomendados inteiramente, pois muitos não são preparados com o rigor que deveriam ser. Pois para preparar um banho, devemos colher as ervas certas, caso contrário, não há efeito positivo e/ou completo. Nesse sentido, é fundamental conhecer a época, dia e hora em que devemos colher as ervas sagradas, bem como o modo de prepará-las e a sua real utilidade dentro do processo de iniciação ou liturgia. Nos candomblés quem colhe as ervas é o Mão-de-Ofã, ou Olofá, que antes de entrar na mata saúda Ossain (orixá das ervas e folhas) e oferece-lhe um cachimbo de barro, mel, aguardente e moedas.

Esse sacerdote que se dedica às folhas, nos cultos de Nação, é o babalossaim, e ele usa seus dotes a cura, para a preparação de amaci e feitura de Santo no candomblé. Na Umbanda, os Pais e Mães de Santo tem o conhecimento do uso das ervas e no preparo delas. Mas, para nossos banhos de descarga, nós mesmos podemos comprar e/ou colher as folhas (desde que você as conheça), e prepará-las em água fervendo.

NÃO SE DEVE COZINHAR AS ERVAS, e sim, colocá-las em águas fervendo, como uma infusão. Não se deve também deixar que outras pessoas coloquem a mão no seu banho, ou seja, que preparem o banho para você (salvo a situação em que uma Entidade Espiritual ou seu Pai ou Mãe de Santo autorize que outra pessoa faça o banho no seu lugar).

PEQUENO HISTÓRICO SOBRE O USO DOS BANHOS

O banho é a renovação do corpo e da alma, pois quando o corpo se sente bem e se acha refeito do cansaço, a alma fica também apta a vibrar harmoniosamente. Os antigos hebreus já usavam as abluções, que não deixavam de ser banhos sagrados. Moisés, o grande legislador hebreu, impôs o uso do banho em seus seguidores. O batismo nas águas ministrado por São João Batista, no Rio Jordão, era um banho sagrado, pois o batismo nas águas senão o banho mais natural (e porque não o primeiro banho purificador do ser humano nos dias de hoje, afinal, se batizam crianças ainda pequenos) que conhecemos purificador do espírito, mente e do corpo.

Os banhos sempre foram um potente integrante do sentimento religioso, haja visto os povos da Índia milenar serem levados a banhar-se nas águas do rio sagrado, o Ganges, cumprindo assim parte de um ritual que, para eles, é indispensável e sagrado. Há em toda a época antiga um Rio Sagrado, no qual os povos iam se banhar para purificar-se física ou mentalmente. Na África, a água é tida como de grande poder de força e de magia. Vemos até hoje nos candomblés as Águas de Oxalá. Águas nos potes e tigelas, além de mirongas com água e axé. E quem nunca viu ou ouviu falar em lavar com água-de-cheiro as ESCADARIAS DO SENHOR DO BONFIM, em Salvador na Bahia? Para nossos índios, hoje os Caboclos da Umbanda, o banho de Rio era alegria, prazer, lazer, satisfação e descarga. O rio Paraíba é um rio sagrado para os Tupinambás. Nele os índios faziam (ou fazem) seus rituais secretos.

A UTILIZAÇÃO DOS BANHOS

Em qualquer época, nos Centros e Terreiros de Umbanda, os banhos tem sido de grande importância na fase de iniciação espiritual; por isso, torna-se necessário um grande conhecimento do uso das ervas, raízes, cascas, frutos e plantas naturais. E como já sabemos, os banhos de ervas devem ser preparados por pessoas especializadas dentro dos terreiros ou por você mesmo(a). Se forem preparados por outra pessoa , que ela esteja com o seu corpo físico e seu corpo astral purificados, pelo menos pelo banho de uma erva, e livres de excitações sexuais; nem por mulheres na fase de menstruação (corpo liberto). A orientação e o uso das ervas são atribuições dos GUIAS ESPIRITUAIS, das ENTIDADES e dos ORIXÁS, através dos Chefes de Terreiros (Pais e Mães de Santo). Os banhos de ervas, são classificados normalmente em três tipos: Banho de Descarga, Banho de Ritual e o Banho de Iniciados. Vejamos aqui cada um deles:

• BANHOS DE DESCARGA O mais conhecido, e como o próprio nome diz, o Banho de Descarga (ou descarrego) serve para descarregar e limpar o corpo astral, eliminando a precipitação de fluídos negativos (inveja, ódio, olho grande, irritação, nervosismo, etc.). Suprime os males físicos externamente, adquiridos de outrem ou de locais onde estiverem os médiuns. Este banho pode ser utilizado por qualquer adepto da Umbanda, desde que seguindo as recomendações das Entidades/Guias Espirituais.

• BANHOS DE RITUAL É o banho de incorporastes (médiuns de incorporação). Esses banhos tem a função de estimular os fluídos da mediunidade, ativando, revitalizando as funções psíquicas para uma excelente trabalho de ritualização dos Guias Espirituais e é também recomendado para ativar e afinizar as forças dos Orixás, Protetores de Cabeça e do Anjo da Guarda.

• BANHOS DE INICIADOS Este tipo de banho deve ser utilizado nos centros e terreiros de Umbanda por seus aparelhos, médiuns, iniciantes ou não dentro da Lei da Umbanda. Ele propicia o equilíbrio entre a aura do corpo mental e a aura do corpo astral. Equilibra, de maneira satisfatória, a incorporação das Entidades em seus aparelhos mediúnicos (filhos-de-santo). É um banho para ser usado com muito critério e cautela, pois para cada tipo de Entidade Espiritual é destinada uma planta ou várias plantas, num conjunto ritualístico. Um exemplo de banho de iniciados é o BANHO DE AMACI, aqui especialmente tratado:

• BANHO de AMACI É o banho mais conhecido pelas pessoas que começam a freqüentar os Centros de Umbanda e que somente deve ser preparado por uma Entidade Espiritual ou pelo Guia Chefe do Terreiro, Pai/Mãe-de-santo, Zelador(a) do Terreiro, Babalaô ou Chefe de Culto. É o banho que pode ser preparado da cabeça aos pés, ou simplesmente da cabeça, porque é preparado de acordo com o Santo, Orixá protetor do filho, iniciante na Umbanda.

O banho de amaci é próprio para a cabeça onde reside o nosso Santo Protetor, nosso Guia Espiritual. Só podem tomar o banho de amaci aqueles que forem freqüentar e desenvolver-se na gira de Umbanda, no Centro ou Terreiro. O próprio adepto não deve nunca prepará-lo e nem tomá-lo em casa; existe todo um ritual para que seja feito o amaci da Umbanda, isto é, ervas selecionadas de acordo com o Santo do Iniciante, bem como dia e hora apropriados, e demais requisitos que o banho exige.

OBSERVAÇÕES SOBRE OS BANHOS DE ERVAS

Todos os banhos de descarga devem ser tomados do pescoço pra baixo; só se deve jogar o banho na cabeça quando for indicado pelo Orixá Chefe do Terreiro, ou autorizado pelo Babalaô ou Mãe de Santo. As folhas que caem dos banhos de ervas devem ser recolhidas e despachadas (jogadas) nos locais apropriados; em geral, vasos grandes de plantas, jardins, num rio ou mata, mas nunca no lixo e nem nas ruas. Há banhos para todos os Orixás e Entidades e sempre que tiver dúvida consulte-os ou consulte um Pai ou Mãe de Santo sobre o banho a ser tomado. Muitos banhos tem dia e hora para tomar, portanto, consulte um Pai ou Mãe de Santo se tiver dúvidas.

Orixás

ORIXÁS

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Os orixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As características de cada Orixá aproxima-os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada orixá tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários.

Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, cada orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem os seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente.

Estes deuses da Natureza são divididos em 4 elementos – água, terra, fogo e ar. Alguns estudiosos ainda vão mais longe e afirmam que são 400 o número de Orixás básicos divididos em 100 do Fogo, 100 da Terra, 100 do Ar e 100 da Água, enquanto que, na Astrologia, são 3 do Fogo, 3 da Terra, 3 do Ar e 3 da Água. Porém os tipos mais conhecidos entre nós formam um grupo de 16 deuses. Eles também estão associados à corrente energética de alguma força da natureza. Assim, Iansã é a dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras analogias.

No Candomblé cultuam-se muitos outros orixás, desconhecidos por leigos, por serem menos populares do que Xangô, Iansã, Oxossi e outros, mas com um significado muito forte para os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Alguns são necessariamente cultuados, devido à ligação com trabalhos específicos que regem, para a saúde, morte, prosperidade e diversos assuntos que afligem o dia-a-dia das pessoas. Estes deuses africanos são considerados intermediários entre os homens e Deus, e por possuírem emoções tão próximas dos seres humanos, conseguem reconhecer os nossos caprichos, os nossos amores, os nossos desejos. É muito frequente dizer-se que as personalidades dos seus filhos são consequência dos orixás que regem as suas cabeças, desenvolvendo características iguais às destes deuses africanos.

Apresento a seguir as descrições dos Orixás mais cultuados. Recordo no entanto que existem diversas correntes no Candomblé e por essa razão as informações poderão ser diferentes de acordo com a tradição ou região.

EXU, Senhor dos caminhos, Orixá mensageiro e vencedor de demandas. Por estar mais próximo da realidade humana é considerado o Orixá das causas materiais. Veste-se de vermelho e preto e seu elemento é o fogo. Seu dia é a Segunda-feira e sua saudação é “Laroiê !”. Seus filhos são pessoas críticas e originais, não ligam para opiniões alheias. Adeptos da lei do menor esforço, preferem concentrar suas energias no lazer. De hábitos noturnos, tendem a ser egoistas e tornam-se tristes quando não se encaixam em determinados ambientes.

OGUM, é o Orixá guerreiro. Deus do ferro e da guerra. Seu domínio são as retas dos caminhos, as lutas e o trabalho. Veste-se de azul escuro, verde ou vermelho. Traz sempre sua espada pronta para o ataque. Seu dia é terça-feira e sua saudação é “Ogunhê !” Seus filhos, são pessoas com um apurado senso de honra e incapazes de perdoar uma ofensa. São fisicamente muito resistentes, curiosos por natureza, possuem muita capacidade de concentração e perseguem seus objetivos com derterminação.

OXOSSI, Orixá caçador, protetor das matas, dos animais da floresta e dos caçadores. Veste-se de verde, azul turquesa e vermelho. Traz sempre o seu Ofá (arco e flexa). Seu dia é a Quinta-feira e sua saudação é “Okê Arô Oxossi !” Seus filhos, são pessoas muito exigentes no cumprimento das obrigações, de atitudes firmes e até um pouco duras. Não têm “papas na língua” e costumam falar tudo o que pensam. Dão muito valor aos acordos e não faltam com sua palavra. Com tendência à timidez, não gostam de demonstrar suas emoções.

OSSAIM, Orixá das ervas medicinais e das plantas em geral, presentes em todos os rituais de iniciação no Candomblé. É representado por um pássaro pousado num ramo e seu domínio é a mata virgem. Veste-se de verde e rosa. Seu dia é Quinta-feira e sua saudação é “Ewé ô – Ewe assá !”. Seus filhos, são pessoas com forte tendência à religiosidade, tolerantes e de bom coração. De personalidade instável, costumam controlar seus sentimentos e emoções. Valorizam a liberdade e não se apegam aos bems materiais.

OBALUAIÊ, ( ou OMOLU, em sua forma velha). O deus das pestes e das doenças de pele. Por ser o deus da peste conhece a cura de todos os males. Veste-se de branco e preto e usa um capuz de palha-da-costa que encobre todo o corpo. Dança com o Xarará. Seu dia é segunda-feira e sua saudação é “Atotô !” Seus filhos, são pessoas que se preocupam demais com os outros, esquecendo de seus próprios interesses. Podem até ter uma boa situação financeira, porém não se apegam aos bens materiais. São inquietos e não apreciam a monotonia.

OXUMARÉ, Orixá da sorte, fartura e fertilidade. Protetor das mulheres grávidas. Seu domínio são os poços e fontes da mata. Veste-se de verde e amarelo ou com as sete cores do arco-íris e é representado por uma serpente. Seu dia é Quinta-feira e sua saudação é “Àrobô bô yi !”. Seus filhos são pessoas orgulhosas e exibicionistas. Periódicamente mudam tudo em sua vida: casa, emprego, amigos, sempre buscando novidades. Costumam desenvolver o dom da vidência e possuem intuição aguçada, que normalmente lhes revelam os melhores caminhos.

EWÁ, Orixá das chuvas, rainha dos mistérios e da magia, jovem virgem que recebeu de Orunmilá o poder de ler os Búzios (o Oráculo de Ifá). Comanda os astros e está ligada às mudanças e transformações das águas. Veste-se de vermelho e branco. Seu dia é Sábado e sua saudação é “Ri-rò !”. Seus filhos são pessoas extremamente metódicas e racionais. Costumam traçar metas para tudo. Conservadoras, acabam sofrendo com o execesso de rotina que conseguem estabelecer em suas vidas.

XANGÔ, o Orixá da justiça, do trovão e da pedreira. Veste-se de vermelho e branco. Usa uma coroa, e traz o Oxé (machado duplo) e o Xerê (instrumento musical) Seu dia é Quarta-feira e sua saudação é “Kawó-Kabyesilé !”. Seus filhos são pessoas fisicamente fortes, atrevidos e prepotentes. Com um senso de justiça muito próprio, não suportam desaforos. As vezes agem como se fossem os donos da verdade. Porém, quando a situação complica, sempre buscam um meio termo, para não sair perdendo.

OXUM, é a rainha dos rios e das cachoeiras (todas as águas doces), do ouro e do amor. Veste-se de amarelo, dourado, azul claro e rosa. Traz em suas mãos o Abebê (espelho-leque) e uma espada se for guerreira. É a segunda esposa de Xangô. Seu dia é Sábado e sua saudação é “Ora Ieiê Ô !”. Seus filhos são pessoas graciosas e elegantes, adoram jóias, perfumes e roupas caras. Voluptuosas, sensuais, esbanjam charme e beleza. Possuidoras de muita frorça de vontade e um grande desejo de ascensão social.

IANSÃ, é a deusa guerreira, senhora dos ventos, das tempestades e dona dos raios. É a dona dos eguns, por isso seus filhos são os mais indicados para a entrega de ebós. É a mulher principal de Xangô. Veste-se de vermelho, marrom escuro, e branco. Seu dia é Quarta-feira e sua saudação é “Eparrei Oiá !”. Seus filhos, são pessoas alegres, audaciosas, intrigantes, autoritárias e sensuais. Adoram usar joias e bijuterias. Extrovertidas, francas e amantes da natureza. Ambiciosas e de temperamento forte. São guerreiras e comunicativas.

LOGUN-EDÉ, filho de Oxum com Oxóssi. Seus domínios são os leitos de rios e mares. Veste-se com uma pele de leopardo, leva em uma mão o espelho de Oxum e na outra as armas de Oxóssi. Suas cores são amarelo e azul. É representado por um pavão ou um papagaio. Seu dia é Quinta-feira e sua saudação é “Olu A Ô Ioriki !”. Seus filhos são pessoas bonitas, atraentes e sedutoras. Carinhosos, amorosos e sensuais. Orgulhosos e vaidosos. Inconstantes, indecisos, frios e calculistas. reservados e um tanto calados. Ciumentos, solitários e discretos.

OBÁ, uma das esposas de Xangô, Orixá do equilíbrio e da justiça. Seu domínio são as águas revoltas. Veste-se de laranja e amarelo, portando espada e protegendo a orelha com um escudo. Seu dia é Quarta-feira e sua saudação é “Obá xirê !”. Os filhos de Obá são pessoas pouco atraentes, desajeitadas e de temperamento forte. Agressivas e objetivas. Aparentam ser mais velhas do que realmente são. Costumam ser bem sucedidas nos negócios e gostam de acumular bens.

IEMANJÁ, Orixá da harmonia em família, é considerada a Rainha dos mares e a mãe dos Orixás. Veste-se de azul e branco ou verde claro, portando seu Abebê (espelho-leque)decorado com uma sereia ou uma concha. Seu dia é Sábado e sua saudação é “Odô iyá !” Seus filhos, são autoritários, persistentes, preocupados, responsáveis e decididos. Amigos, protetores, faladores e não suportam a solidão. As mulheres, se comportam como super mães. Quando a segurança dos filhos e da família está em jogo, são agressivos e até traiçoeiros.

NANÃ, é o Orixá feminino mais velho do Panteão. É a mãe de Oxumarê e Obaluaiê. Em sua mão traz seu cetro o Ibiri. Veste-se de lilás, branco e azul. É a protetora dos doentes desenganados. Seu dia é Terça-feira e sua saudação é “Salubá !” Seus filhos são conservadores e apegados às convenções. Calmos, mas às vezes tornan-se agressivos e guerreiros. As mães, são apegadas aos filhos e muito protetoras. Ciumentas e possessivas, exigem atenção e respeito. Não costumam ser muito alegres e não gostam de brincadeiras.

IBEJI, Orixás Gêmeos protetores das crianças e da família. Vestem-se de azul, rosa e verde. São representados por dois bonecos gêmeos ou duas cabacinhas. Seu dia é domingo e sua saudação é “Omi Beijada!” Embora possa ocorrer, são raros os filhos de Ibeji. Essa energia infantil, geralmente se manifesta com o orixá do iniciado. Mesmo sendo adulto, quando em “estado de erê”, o iniciado torna-se brincalhão, irreverente, cheio de energia e aparenta ser mais joven. Adoram festas, música e dança.

OXALÁ, é considerado o Pai de todos os orixás. É o mais velho e o primeiro a ser criado. É responsável pela criação do mundo e dos seres humanos. É o Orixá dos inhames novos e da agricultura, que traz as chuvas e que fecunda os campos, Sua festa ligada ao início do ano agrícola costuma ser em agosto e setembro, e inclui a renovação da água do templo e a lavagem dos objetos de culto. Está associado à justiça e ao equilíbrio. É cultuado nas seguintes formas: Oxalufã = Oxalá Velho e Oxaguiã = Oxalá Moço.

OXALUFÃ é o Orixá da paz, veste-se de branco portando sempre seu apaxorô (cajado). É representado por uma pomba branca. Seu dia é Sexta-feira e sua saudação é “Eepaá babá !”.

OXAGUIÃ é um Orixá valente e guerreiro, considerado filho de Oxalufã. Também veste-se de branco, dança com muita energia carregando uma “mão de pilão”. Seu dia é Sexta-feira e sua saudação é “Exê êêê !

Os filhos de Oxalufã (oxalá velho), em geral são pessoas calmas e dignas de confiança. Dotados de grande sabedoria, estão sempre buscando os significados de tudo o que ocorre ao seu redor. Não cansam de estudar e buscar o conhecimento. Também são teimosos orgulhosos e inteligentes e com tendência à serem preguiçosos.

Os filhos de Oxaguiã (oxalá moço), são pessoas joviais e viris. Ativos, guerreiros, alegres e generosos. Não se deixam influenciar por opiniões alheias. São organizados e metódicos em seus ofícios e projetos. Trabalhadores incanssáveis e por essa razão, suscetíveis à crises de estresse.

Axé !!!

Maria Padilha

Maria Padilha Rainha das Almas

As Pombas Giras das Almas, não são como muitos podem acreditar uma falange única, na realidade das ALMAS é uma qualidade de atuação que esta contida em todas as falanges.
Refiro-me a todas as falanges e não apenas a falange de POMBAS GIRA, EXUS, mas também de demais entidades que tem atuação espiritual.
Claro que tem falanges que embora tendo entidades vinculadas trabalhando junto as ALMAS, não recebem denominação “das almas”, até por que muitas delas existem o óbvio, como os pretos velhos.

Reafirmo então que ALMAS é uma categoria de entidade dentro das suas próprias entidades atuando em áreas específica , entidades que trabalham com material mais denso de sofrimento, angústia e muitos outros sentimentos que são em quase sua totalidade ligados a encarnados e no caso, desencarnados que não aceitam seu estado de espírito.

Então encontraremos em diversas falanges, a função “Das Almas” como: Maria Padilha das Almas, Maria Mulambo das Almas, Maria Quitéria das Almas, Rainha das Almas, Menina das Almas, etc.
Cada falange tem uma finalidade, um objetivo de trabalho para elevação dos seus membros, que optaram por auxiliar os desencarnados como medida de evolução.

As Pombas Giras das Almas dedicam-se a amparar, esclarecer e encaminhar esses espíritos em seu caminho de continuidade e evolução. Esse não costuma ser um trabalho de resultados rápido e tranquilo, pois muitos estão em áreas conturbadas bem como também os pensamentos e associações com outros espíritos.

Mas temos que observar que cada falange de POMBA GIRA tem uma função específica, uma vertente de atuação e de ligação, por exemplo MARIA PADILHA, sua falange como um todo esta ligada a IANSÃ, no entanto a MARIA PADILHA DAS ALMAS, mesmo tendo o seu vínculo ela desempenha a sua atuação na linha das almas mantendo sua energia, seus objetivos, seus vínculos mas subordinada a POMBA GIRA DA ALMAS, liderando quanto ao objetivo final.

O trabalho das entidades das ALMAS é a ajuda aos espíritos que se encontram perdidos quanto ao seu estado, ou seja, espíritos que não têm consciência ou não querem ter quanto ao seu desencarne.
Nesse grupo estão entidades obsessoras, entidades que ainda nutrem as necessidades de quando encarnados, não aceitando suas condições no mundo espiritual.

Embora encontrem-se nesse estágio, esses espíritos nem sempre têm a intenção de prejudicarem seus entes queridos ou quem quer que seja, através de obsessões.
Eles simplesmente não sabem ou não querem aceitar que desencarnaram. Desse modo tentam ficar próximos de seus lares, locais de trabalho, amigos, parentes e até freqüentam os mesmos ambientes sociais de quando encarnados. Não querem fazer mal a ninguém, querem simplesmente estar presente, claro que muitos usam desse artifício para criar problemas e outros tantos mais iludidos servem como soldados para espíritos de má fé, para a execução de tarefas nocivas aos encarnados e a própria evolução afastando-se das energias benéficas.

Às Guardiãs das Almas, cabe a função de fazer com que o espírito tenha a percepção de sua condição, resumindo: esclarecendo.
As Pombas Giras das Almas são espíritos de grande benevolência, sabedoria e dedicação ao trabalho que realizam, com total amor aos seus próximos: irmãos desencarnados que necessitam de amor e esclarecimentos sobre sua condição, sem maior trauma e sofrimento.

A roupagem fluídica das Pombas Giras das Almas é sempre o mais próxima possível, da crença do espírito que esteja sendo ajudando, podendo assumir várias formas, de maneira que não agridam, não afastem e adquiram confiança, inclusive para os outros espíritos próximos e familiares que já estejam tentando ajudar esse desencarnado.
Normalmente mostram-se à vidência com roupas brancas, pretas ou pretas e brancas.

Diferentemente das companheiras de falanges, são discretas, dificilmente expressam-se de modo sensual, sedutor ou agressivo. Ao contrário, na maioria das vezes, quando o médium não atrapalha a manifestação da entidade, com seus conceitos errados de como uma Pomba Gira deve ser, a manifestação das Senhoras das Almas, é a da Mãe que guia os filhos com a autoridade e o amor necessários.

Possui rara beleza, calma, percebe-se uma sensualidade discreta e ativa, transmite segurança aqueles que por ela procura; é forte e determinada quando assume um trabalho, não deixando nada para depois; personalidade marcante, severa e disciplinadora, ao mesmo tempo em que é terna e doce. Estilo mãezona.

Sobressai muito seu lado passional, emocional, sentindo muito quando vê alguém aos frangalhos por causa de um relacionamento com desfeche ruim, auxiliando a pessoa de maneira inconfundível e decisiva neste aspecto. Auxilia também de maneira marcante as mulheres que recorrem a ela com problemas de fertilidade ou de ordem sexual. Da grande valor ao conceito família.
Quando executamos trabalhos direcionado a pomba giras das ALMAS, buscamos vincula-lar com o objetivo de determinados orixás, por exemplo quando desejamos ajudar uma pessoa perdida pelo vício de determinada droga, solicitamos o axé das ALMAS vinculada a IEMANJÁ, já que é a dona de todas as cabeças.

Esta entidade recebe seus trabalhos, despachos ou oferendas tanto no Cruzeiro do cemitério, quanto nas encruzilhadas, isto dependera exclusivamente da vibração de origem que ela pertença como colocado anteriormente.

É comum executarmos seus axés no peji, curiar, velar o tempo necessário e quando não mais existir energia desfazer do material de maneira organizada ou despachar nos locais indicados.
Como as demais colegas vinculadas a sua falange as giras das ALMAS fazem par, por equilíbrio e não por “safadeza” como os contrários da religião gosta, de apregoar, com exus de linhagem equivalente.

A líder POMBA GIRA DAS ALMAS, apresenta-se esta entidade, sob a forma de uma linda mulher de estatura mediano-alta, magra, de cabelos e olhos negros, sendo seus cabelos compridos e muito lisos, enrolando apenas em suas extremidades.

• LENDA •

AS 3 GIRAS DAS ALMAS
Conta a história que no século XIII existiu em uma aldeia da Irlanda 3 irmãs donas de poderes ocultos… a qual ajudavam muitas pessoas em trocas de presentes e dinheiro. Elas eram consideradas bruxas mercenárias que se aproveitavam dos seus poderes para ter uma vida de luxo e de fama. Muitos eram os Reis e Rainhas que ao saberem dos poderes das três irmãs recorriam a elas…
Um dia a Igreja Católica soube da fama das três irmãs bruxas e também dos seus vastos bens adquiridos com suas magias… resolveram condenar as três moças a fogueira e com isto mostrar que o verdadeiro poder só vinha de Deus.

As três bruxas foram queimadas em uma sexta-feira de lua nova… onde o céu se mostrava em profunda escuridão, seus corpos carbonizados foram colocados em 3 urnas, onde foi passado correntes e cadeados e jogados em um calabouço, para mostrar ao povo que na verdade elas pertenciam ao inferno.

No mundo astral quando as três irmãs lá chegaram… foram recebidas por uma entidade muito poderosa chamada de Rainha das Almas. Esta senhora bruxa ao receber as meninas se identificou como mãe delas que havia as abandonado para fugir com um cavaleiro errante quando as meninas ainda eram muito crianças. As moças ainda se encontravam muito fracas e em estado lastimável devido as queimaduras a qual foi o real motivo do seus desencarnes, passando algum tempo as moças foram recuperando seus perispíritos e novamente se transformaram em lindas moças.

O astral as batizou como as Três Giras das Almas e elas a partir daí começaram a trabalhar nos caminhos das almas trazendo, amor, dinheiro e felicidade para todos que iam até os portões de cemitérios pedir suas graças.

Estas três entidades trabalham juntas e não costumam incorporar quando estão na terra a trabalho. Elas recebem suas oferendas e pedidos no portão dos cemitérios nas sextas-feiras de lua nova e sua mãe a Pomba-gira das Almas também deve ser saudada, pois é a ela que se deve pedir a permissão para as moças trabalharem… Estas giras são muito eficientes em tudo o que a elas é pedido, tanto para atrair ou afastar amores, abertura de caminhos, trabalhos e feitiços.

Tomam champanhe doce e suas velas e rosas oferecidas são brancas. Costumam ser muito rápidas na concretização dos seus trabalhos e quando estes realizados… são boas cobradoras e não admitem calotes, por isto ao fazer um pedido a estas três moças… lembre-se que o que for dado deve ser pago na mesma rapidez.